O senhor Afonso Farias de Sousa pode ser apontado como um dos grandes impulsionadores do desenvolvimento social e econômico do Parque Araxá ao longo das últimas 5 ou 6 décadas. Ele chegou no bairro por volta de 1957, tendo construído várias casas, e hoje, aos 87 anos de idade, revela-se saudoso dos tempos em que muitos moradores dormiam com as portas e janelas de suas residências abertas, e que não existiam tantos muros, pois eram raros os casos de violência urbana.
Seu Afonso nasceu em Fortaleza, mais precisamente na avenida do Imperador, e destacou-se profissionalmente como proprietário de uma mercearia no ramo de secos e molhados, localizada na rua General Sampaio, próximo à praça José de Alencar. “Aqui, nessa região, minha primeira moradia foi no conjunto do INPS, um dos primeiros conjuntos habitacionais construídos em Fortaleza, que ficava para os lados da Parquelândia. Depois eu adquiri uma casa na esquina das ruas Professor Nogueira com Azevedo Bolão, onde hoje é o restaurante do Ordones. Fui um dos primeiros a comprar os lotes que estavam sendo vendidos pela Imobiliária Barros, que foi o que deu origem ao nome Parque Araxá”, afirma.
Ele acrescenta que ainda hoje guarda na memória o aspecto de cidade do interior que o bairro possuía. “Aqui era como se fosse uma fazenda. A gente vinha dos lados da avenida Bezerra de Menezes, ao lado do antigo CPOR, passava por uma porteira e seguia por uma cerca que ia até bem perto da Jovita Feitosa, onde havia uma lagoa, mais ou menos onde tem atualmente aquele posto de gasolina. Lembro da figura do Zé Catreús, um cidadão que morava nas margens da lagoa, pelos lados da rua Padre Guerra. Todas as manhãs ele saía entregando leite no Centro e em outros bairros da cidade. Às vezes eu costumava ficar deitado numa rede, no alpendre da minha casa, e ficava olhando o trem passar lá longe, nos trilhos da avenida José Bastos.”
Seu Afonso residiu também durante muitos anos na rua Otávio Justa, n° 140, e na avenida Jovita Feitosa, esquina com a rua Dom José Lourenço. Mora atualmente na rua Padre Quinderé (Aldeota). Casado há 63 anos com a senhora Maria Martins, com quem teve os filhos Dora, Mônica, Junior, Marcus, Marcelo e Marcondes, ele ressalta que costuma vir ao Parque Araxá nos finais de semana, visitando a casa do Marcus e o Restaurante Sal da Terra, do Marcondes, e aproveita para ficar relembrando o bairro de antigamente, mais bucólico, mais tranquilo, sem tanto cimento, sem tanto asfalto e outras particularidades com as quais somos obrigados a conviver nos dias de hoje em nome do progresso.
Seu Afonso e dona Maria Martins, com quem ele está casado há 63 anos
(Transcrito do JPA - Edição de março/2014)
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