JPA: o desafio que deu certo

     Cida de Sousa
     (Doutora em Comunicação e Cultura e Professora dos Cursos de Jornalismo e Publicidade da UFC)
     O JORNAL PARQUE ARAXÁ está completando 15 anos de história. Não é todo dia que um jornal de bairro completa 15 anos. E num momento em que a democratização da informação é tema frequente nas escolas de Jornalismo essa é, sem dúvida, uma data para comemorar. Especialmente se pensarmos no monopólio exercido pelos grandes grupos de comunicação e suas consequências tanto econômicas e políticas quanto sociais e culturais.
     Os tempos hoje são de buscar respostas e soluções para o problema da falta de democratização dos meios de comunicação. Juracy Mendonça, ao dar vida ao JPA, realiza um trabalho que é uma resposta possível para a circulação de informações de interesse da população do Parque Araxá e comunidades vizinhas. Aliás, esse é o papel de um jornal de bairro. Não é ser um catálogo de anúncios publicitários que não abre espaço para a reflexão e discussão de temas que interessam mais imediatamente ao bairro. A um jornal de bairro cabe dar voz ao cidadão, o que nem sempre acontece na grande mídia, tendo em vista interesses políticos e econômicos.
     Se folhearmos as páginas do JPA vamos encontrar temas de interesses do Parque Araxá, da Parquelândia, Rodolfo Teófilo e, agora, também do Benfica, manifestações artísticas de grupos e pessoas, seja em forma de poesia, desenhos ou humor. E como não poderia deixar de ser, vamos encontrar anunciantes do bairro. É bom lembrar que o espaço para anúncios nos grandes jornais é, talvez, um dos aspectos menos democráticos que podemos observar. A preços tão altos, não é de se estranhar que só os grandes grupos e empresas tenham acesso. Ao contrário disso, no JPA vemos empresas de pequeno e médio portes anunciando. E ainda tem o apoio institucional da Prefeitura de Fortaleza, de grande importância para o jornal.
     Um outro aspecto que nos chama a atenção é a capacidade do JPA de desenvolver a auto-estima do leitor ao divulgar aniversários e outras datas de importância para os moradores. E para ter esse espaço só é preciso realizar a assinatura anual, ao preço simbólico de R$ 25,00. E para ter acesso à produção do jornal, com idéias de pauta, informações sobre eventos educativos e culturais, não é preciso ser assinante, basta ser leitor. Aliás, essa é outra importante característica de um jornal de bairro: esmiuçar temas pelos quais a grande imprensa não se interessa mas que interessam diretamente aos moradores.
     De parabéns está o jornalista e escritor Juracy Mendonça, que ao tomar a iniciativa de criação de um jornal optou pelo nosso bairro. De parabéns está o jornalista por manter o JPA sempre se renovando, melhorando sua diagramação, seus textos, democratizando espaços, aceitando sugestões, a exemplo da campanha “Gentileza Torna a Vida Melhor”. Esta moradora do Rodolfo Teófilo sente-se honrada em contribuir com o JPA.
     Vida longa a Juracy Mendonça. E vida longa ao JPA.
     (Transcrito do JPA de agosto/2012)