Sobre o dia dos namorados

A proximidade do dia 12 de junho, tradicionalmente dedicado aos namorados, nos leva a fazer uma reflexão sobre a maioria dos relacionamentos amorosos nestes tempos ditos modernos. Aí surge uma pergunta inevitável e inquietante: por que será mesmo que o romantismo caiu tanto, a ponto de ser considerado, digamos assim, uma espécie em extinção, totalmente fora de moda?

Os leitores mais antigos por certo devem recordar que até bem pouco tempo atrás os namorados dedicavam mais tempo ao conhecimento entre si, desde o início da “paquera”, passando pelo namoro propriamente dito, até chegar ao noivado e casamento. Agora, ao que parece, a velocidade, a pressa para aproveitar ao máximo cada momento da vida está fazendo com que várias dessas etapas sejam queimadas, resultando quase sempre em relações conjugais desastrosas e, por conseguinte, em filhos desajustados social e psicologicamente. Por incrível que pareça, é daí que surge também a violência que toma conta das manchetes dos veículos de comunicação.

É neste contexto que gostaria de ressaltar a importância do dia dos namorados! Dizem por aí que é apenas uma data inventada por “marketeiros” do comércio para alavancar vendas, assim como o dia das mães, dia dos pais, dia das crianças etc. Porém, bem ou mal, o tradicional bombardeio feito pela mídia, sugerindo que homens e mulheres troquem presentes como forma de demonstrar a intensidade do amor que sentem por suas “cara-metades”, soa também como uma trégua para os olhos e ouvidos de quem já está se acostumando com tantas notícias ruins. O dia 12 de junho não tem mais o “glamour” de outrora, claro, mas serve como um sinal de esperança de que ainda podemos reverter o quadro que está sendo desenhado pela globalização, onde cada ser humano deve perder sua identidade, passando a ser reconhecido apenas por números.

Diante do exposto, só me resta parabenizar a todos aqueles que não se contagiaram completamente pela frieza dos novos tempos e, por isso, não se envergonham em revelar o que sentem pela pessoa amada, pois, como diz o poeta, o romantismo não deve morrer jamais. Feliz dia dos namorados!