Um dia desses, ao passar pelo entorno da lagoa do Porangabussu, quase na esquina das ruas Porfírio Sampaio e Monsenhor Furtado, ficamos observando o trabalho voluntário que é realizado há algum tempo pelo funcionário público Antônio Nonato Filho através do projeto “Leitura na Praça”. De forma praticamente anônima, e sem visar dividendos financeiros, duas ou três vezes por semana ele transforma o referido espaço em uma espécie de biblioteca ao ar livre, colocando à disposição de crianças, jovens e adultos uma diversidade de livros e revistas, além de promover eventos comemorativos de datas festivas e de limpeza permanente da lagoa.
É, sem dúvida alguma, uma ação dignificante, quase solitária, que já foi destacada várias vezes nas páginas do JPA, mas que, infelizmente, não recebe o devido apoio da comunidade. São raros os moradores, entida-des e empresas que se sensibilizam com a causa deste “Dom Quixote” moderno, que luta a seu modo contra os moinhos de vento da ignorância cultural que nos assola.
Dá é pena a gente passar por lá, algumas vezes, e ver Antônio Filho sozinho, com livros e revistas espalhados em uma mesa improvisada, seu carro com o porta-malas aberto, tocando músicas infantis, enfim, travando uma gloriosa batalha contra os novos costumes da sociedade atual, onde todas as atenções estão voltadas para as novelas televisivas, os programas policiais, os sites de pornografias na internet, as bandas de forró eletrônico, com seus cantores gasguitos e músicas com letras pobres e ridículas, dentre outras.
Escrevemos este editorial em forma de protesto contra o descaso da maioria da população a um trabalho tão bonito, mas também para pedir a Antônio Filho que não desista da luta, pois esse projeto de incentivo à leitura é de extrema importância para nós, que ainda sonhamos com a possibilidade de um dia (quem sabe?) vivermos em um país mais justo e humano, com um povo mais letrado e interessado em exercitar sua cidadania em toda a plenitude. Vá em frente, amigo. E conte sempre com o JPA!
2 comentários:
Caro Juracy, louvo o seu editorial, pois, como professor, acredito que somente a leitura pode aumentar as chances da pretendida igualdade social. Louvo também a atitude do nosso Antõnio. Acredito que a faltade apoio também de deva pela falta de divulgação do evento.`Por que você no jornal de novembro não faz uma espécie de agenda cultural para divulgar esse evento? acredito que, com a repercussão de seu grande jornal com a devida divulgação, haja mais visitantes à feira do livro. Acredito que muita gente, como eu, não sabe especificamente os dias e horários e outras especificidades de tão importante evento.
abraço!!!
Parabens pelo Editorial, Primo!
De alguma forma, Você também, como Nonato Filho, é um herói Don Quijote moderno. Reveste sua profissão de um ideário pleno de beleza e fé no futuro, sem saudosismo, mas ciente e com consciência dos valores humanos que fazem brotar o viço da vida e que devem ser cultivados e vividos a qualquer preço.
Deus o benza!
Beijos
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