sábado, 10 de março de 2012

Onde estava o arco-íris de Lulu?

      Apresentação do meu livro “Onde estava o arco-íris?”, feita por Izaíra Silvino (foto), diretora de Editoração da Editora DIZ:
     "Contar uma história de vida é algo sempre muito complexo e instigante. Desvelar um ser (e sua individualidade plena de sensibilidade), apresentar uma pessoa (com personalidade e vida localizada num espaço e tempo definidos), sentir o fazer-se cidadão (com seus direitos iguais aos direitos de todos os outros, inalienáveis, compartilhados e por conquistar) é uma façanha destinada aos autores, aos contadores de histórias.
     Juracy Mendonça, no seu livro “Onde estava o arco-íris?”, traz a nós a história de um cearense, fortalezense, artista, camarada, trabalhador competente, filho querido de sua mãe, filho não tão querido de um pai, feliz em sua infelicidade. Um homem intimidado diante dos preconceitos sofridos, dos mexericos e falatórios salpicados ao seu redor, com “o que vão dizer de mim!” A sociedade da época impôs a Lulu (nome fictício, numa história real) fantasmas interiores. Por isso ele luta para não ver o povo “chaqualhando” seus encantamentos, seus gostos, suas opções.
     O livro apresenta-nos, ao mesmo tempo, um tempo de Fortaleza: dos artistas, músicas preferidas, olhares e divertimentos dos moradores, pontos de diversão, preconceitos vigentes, do feeling, dos sentidos daquele tempo da história. Encanta-nos, no enredo, a maneira como o autor vai desvelando a personagem, deixando, intocadas, as problemáticas envolvendo a questão da homossexualidade, numa sociedade dando os passos iniciais em sua moderna idade. A humanidade do cidadão Juracy Mendonça dá a ele esta opção. Assim, ele deixa para nós, leitores(as), a responsabilidade de pensar o assunto, sentindo a alma de um ser, pessoa, cidadão, possuidor de uma família, igual a todos os seus semelhantes, sendo diferente na sua semelhança íntima, em seu direito de amar a seu modo.
     Vale a pena reconhecermos nossos pensares e sentimentos nesta história plena de humanidade, escrita num português democrático e puro.
     A Editora DIZ sente-se feliz em apresentar mais uma história de vida em sua história de editoração e mais um autor cearense que se DIZ para o mundo."

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