Artigo de autoria de Cida de Sousa (Doutora em Comunicação e Cultura e Professora do Cursos de Jornalismo e Publicidade da UFC), a ser publicado no JPA de abril/2012
É possível que cada um de nós um dia já tenha tido a sensação de que viver não é tão difícil, difícil mesmo é conviver. Pois é, e do jeito como as pessoas foram se tornando individualistas, a convivência em sociedade não tem sido muito fácil.
Conviver implica no inter-relacionamento entre as pessoas. A convivência se dá ainda que não haja uma aproximação física muito constante. Assim, o simples fato de termos vizinhos significa que convivemos em sociedade. Isso implica em direitos e deveres dos quais não podemos esquecer.
Podemos pensar em alguns exemplos interessantes dessa convivência social. Temos o direito de ouvir nossa música favorita, mas nosso vizinho tem o direito de não ter que ouvi-la também (pelo menos não em tão alto volume). Temos o direito de limpar nossa calçada, mas temos o dever de não sujar a calçada do vizinho. Temos o direito de passear com nosso cão e o dever de apanhar suas fezes (basta levar um saquinho quando sair pra caminhar). Temos o direito de colocar nosso lixo fora, mas o dever de fazê-lo na hora e dia certos, pois se os sacos forem abertos, nosso lixo vai sujar a calçada do vizinho e, talvez, todo o quarteirão. Temos o direito de cobrar da prefeitura a limpeza da nossa rua, mas também temos o dever de não sujá-la.
Tantos direitos, tantos deveres. Será que já perdemos a noção de que uma boa convivência nos ajuda a ser felizes? Será que já não acreditamos que uma convivência saudável é uma janela para a felicidade? Todos somos unânimes em reconhecer que um mau vizinho torna nossa vida um inferno, mas será que temos sido bons vizinhos para os outros?
Uma boa convivência exige ações nobres, posturas amistosas, gestos de gentileza. Ser gentil é carregar consigo toda a nobreza, generosidade e alegria de ser feliz com a felicidade do outro. Pessoas felizes não falam mal dos outros, pelo contrário, compartilham sua felicidade. São pessoas que fazem uso da tolerância, respeitam as diferenças, conhecem o perdão, sabem criticar respeitosamente, evitando conflitos e garantindo um clima saudável na sociedade.
A gentileza pode ser uma atitude revolucionária, capaz de transformar o mundo num lugar melhor para nós, para nossos filhos, para todos. E, não custa lembrar: amanhã, quando abrir a porta, diga e deseje um bom dia a quem passar. Ser gentil não custa nada e vale muito.
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