Por César Filho
Li e reli, com muito prazer, o livro “Onde estava o arco-íris?”, lançado pelo meu dileto amigo Juracy Mendonça, obra que tem um enorme saber coletivo e relata experiências que em muitas vezes nos servem de espelho ao refletir o cotidiano e suas especificidades.
Estou certo de que Lulu, personagem central do livro, trará às nossas vidas lembranças, talvez de experiências não tão semelhantes, ou não. Mas referências a lugares, vida social e preconceitos.
Juracy nos traz uma literatura de entretenimento, a qual nos serve para atestar que nesse novo cenário editorial – da alta literatura e os livros de entretenimento, a comunicação se entrelaça. Num jogo aberto, e sem desfaçatez, somos convidados a um belo passeio por uma cidade jovial e ainda não cosmopolita, mas que nos arremata com sua beleza, simplicidade, alegria.
A obra não se esvanece como num namoro em que os pares não têm mais o que descobrir. Pelo contrário, a cada instante as surpresas advindas na trama nos interrompem como num susto. Um livro de escrita linear e objetiva.
A figura de Lulu encanta pela natureza simples de como se encara as adversidades; seus anseios juvenis assombram a sociedade que não consegue enxergar o outro lado da moeda. Sim, ela tem dois lados. E nesses lados não está somente uma simples opção. Na outra ponta temos uma personagem homossexual, não multifacetado, mas satisfeito com suas descobertas. Fazendo-se entender.
Convém-nos perceber que a abordagem utilizada pelo escritor compreende o mister de construir identidades e suas relações com o seu meio. Longe de apologias. Enfim, é um livro para se ler de uma sentada, sem paradas. Um livro para sua cabeceira.
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