domingo, 3 de julho de 2011

Editorial do JPA de julho

     “A cidadania não deve ser vista como uma atitude passiva, mas sim como uma ação permanente, e em favor da comunidade.”
                                                  (Tancredo Neves)
     Uma leitora assídua do JPA, que esteve recentemente em Curitiba, voltou simplesmente impressionada com a limpeza da capital do Paraná.

     Segundo ela, por lá não se vê pessoas pedindo esmolas ou distribuindo panfletos nas esquinas, nem lixo, entulho e galhos de árvores na via pública. Se você jogar qualquer objeto no chão, e for denunciado, está sujeito a pagar multa. Em conversa com alguns curitibanos, nossa vizinha ficou sabendo que tudo isso é fruto de uma campanha de conscientização coletiva feita ao longo dos anos por seus governantes, objetivando a que cada cidadão  sinta-se responsável pela comunidade onde mora, baseada no princípio de que a higiene é indispensável a uma vida saudável.
     Ouvindo tal relato, ficamos a imaginar como seria bom se todos nós, cearenses, pudéssemos tomar esse banho de civilização. Só assim não cometeríamos tantos crimes ambientais contra a nossa Fortaleza, principalmente quando jogamos lixo em esgotos ou nos canteiros centrais de ruas e avenidas, num total desprezo à saúde dos nossos vizinhos. No Parque Araxá, Parquelândia e Rodolfo Teófilo, por exemplo, existem dias certos para a passagem do caminhão de coleta de lixo, mas é comum a gente ver pessoas colocando lixo, entulho e galhos de árvores em terrenos baldios.
     Por qual motivo ainda estamos tão longe de alcançar esse conceito de cidadania que se constata na capital paranaense? Será que os habitantes de lá são melhores do que nós? Pode ser que sim, pode ser que não. Mas o fato é que eles têm apoio irrestrito das autoridades para denunciar quem se atreve a sujar a sua cidade. Aqui, ao contrário, quem for reclamar corre o risco de ser agredido ou até mesmo perder a vida.
     A limpeza de Curitiba é, realmente, digna de aplausos. Enquanto isso, nós continuamos achando que viver entre ratos, baratas, muriçocas e outros insetos perniciosos é a coisa mais normal do mundo...

3 comentários:

Nilo Rodrigues disse...

É verdade. A mesma pessoa que pede socorro à Defesa Civil, na época das chuvas, foi quem jogou o lixo nas Ruas fazendo entupir os esgotos e a água entrar em suas casas.
Em anexo, mando um cartaz que fiz para colocar no condomínio onde morei. Se quiser, pode publicar no JPA.

Prof. Raimundo Soares disse...

Texto digno para se colocar nas provas de Filosofia! Valeu "Juracic Park"kkkk

Vando Figueirêdo disse...

Caro Juracy, convivo com uma rampa de lixo há vários anos, vizinho ao meu atelier na Aldeota , Rua Desembargador Leite Albuquerquer, esquina com a Rua Nunes Valente. Esse ano resolveram colocar uma placa que não resolveu o problema, pois o desrespeito continua, falta só fazerem ponto para desova de cadáver.
Então realmente concordo: Não precisamos de Vereadores.
Abraços,