quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Relembrando a “prisão” no Pirambu

     Hoje, não sei bem por qual motivo, fiquei recordando uma parte da minha infância, no velho Pirambu.
     Depois que meu pai faleceu, minha mãe foi trabalhar diariamente numa fábrica de tecidos, de 14 às 22 horas, e deixava eu e meus quatro irmãos trancados em casa.
     Imaginem aí: durante uns quatro ou cinco anos, estudar na parte da manhã e passar o resto do dia preso em casa, num tempo em que não havia energia elétrica, telefone, televisão, internet... Nossa diversão se resumia a ler livros e revistas velhas, ouvir rádio AM (nem FM existia) e música na radiola.
     Fico meio melancólico ao lembrar desse tempo, mas reconheço que minha mãe, na sua santa ignorância, agia assim com o único objetivo de evitar que a gente caísse na gandaia, ou seja, na marginalidade, como, infelizmente, muitos dos nossos amigos de infância caíram.
     Acho que hoje, eu, Fátima, Juralice, Juari e Floriano temos mais é que agradecer à “velha” Madalena por termos passado tanto tempo “presos”.

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