Um leitor cativo do JPA, morador do Parque Araxá, nos provocou a abordar neste espaço a questão da violência que nos últimos anos está tomando conta do futebol no mundo inteiro. Diz o cidadão que até pouco tempo atrás costumava ir e voltar a pé para o Estádio Presidente Vargas, no Benfica, com a esposa, filhos e outros parentes e amigos, para assistir aos jogos do clube do seu coração, e que atualmente nem sonha mais em fazer isso, pois agora em cada esquina há o risco constante de serem vítimas de bandidos travestidos de torcedores.
Primeiramente, lamentamos reconhecer que realmente esse fenômeno não é um “privilégio” de Fortaleza. Em quase todos os estados brasileiros, e mesmo em países cujos habitantes se consideram mais civilizados, acontecem diariamente casos de violência dentro e fora dos estádios, especialmente após o surgimento das famigeradas torcidas organizadas, cujos integrantes, sem dúvida, proporcionam belos espetáculos nas arquibancadas, mas, em contrapartida, muitos deles promovem assaltos e agressões físicas contra jogadores, treinadores, diretores, torcedores de clubes adversários e outras pessoas que não têm nada a ver com futebol.
Na capital cearense, particularmente nas avenidas 13 de Maio e Jovita Feitosa, bem como nos terminais de ônibus, a situação está ficando insuportável em dias de jogos no “PV”. Esses e outros locais viram verdadeiras praças de guerra, com pancadarias, pedradas, tiros, assaltos e outras ocorrências injustificáveis, que resultam até em mortes, sem que as autoridades policiais, na maioria das vezes, consigam identificar e prender os autores.
Sinceramente, ficamos sem resposta quando o leitor nos pergunta o que pode ser feito para dar um basta em tantas sandices. Claro que a solução passa pela educação das nossas atuais crianças e adolescentes, o que levaria muito tempo para alcançar os resultados necessários. Mas alguma coisa precisa ser feita com urgência. Uma grande campanha de conscientização envolvendo os meios de comunicação, diretores de clubes e das próprias torcidas organizadas, e a sociedade como um todo, já seria um bom começo.
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