segunda-feira, 21 de abril de 2014

Editorial da próxima edição do JPA

     Qual é o verdadeiro motivo para o crescimento desordenado da violência urbana? Essa é a pergunta que mais nos tem sido feita diante do grande número de mortes, assaltos e outros tipos de crimes ocorridos recentemente em Fortaleza, principalmente no Parque Araxá e outros bairros vizinhos, que há até bem pouco tempo eram considerados calmos nas estatísticas policiais.
     O próprio governador do Estado, Cid Gomes, classificou a violência como “o maior incômodo da sua gestão”, afirmando não entender por que ela continua a aumentar, apesar dos investimentos crescentes na área de segurança pública. Cid chegou até a insinuar que o principal motivo seria o consumo de drogas, ressaltando que a disputa pelo tráfico está por trás da maioria dos assassinatos ocorridos na capital cearense, quase sempre vitimando jovens com média de idade entre 15 e 25 anos.
     Realmente, o crescimento da violência urbana passa pelo tráfico e consumo de drogas, mas precisamos entender que isso decorre da ausência do poder público, notadamente da falta de áreas de lazer e esportes, escolas, creches e outros serviços de boa qualidade, o que deixa brechas para que grupos rivais ocupem os espaços públicos das comunidades onde residem.
     E esse quadro jamais será revertido se nós, cidadãos comuns, ficarmos só reclamando do governo e esperando que a solução caia do céu. Precisamos sair às ruas, ocupar os espaços públicos, cuidar do bairro, da cidade, participar de ações e projetos que venham a melhorar a segurança pública. Caso contrário, estaremos condenados a continuar só vegetando, trancados em casas e apartamentos, deixando que a violência urbana ordene os horários em que devemos respirar, comer, beber, se divertir, enfim, viver...

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