domingo, 13 de dezembro de 2009

Espertezas e gaiatices

O Brasil não é um país sério. Essa frase, pronunciada décadas atrás pelo estadista francês Charles de Gaulle, ainda hoje deixa muitos dos nossos compatriotas ofendidos. Mas a grande verdade é que vivemos em um cenário ideal para espertezas e gaiatices, onde qualquer pessoa que tenha um trocado a mais acha-se no direito de espezinhar cidadãos menos afortunados. E o pior é que quase sempre isso acontece com o beneplácito da justiça trabalhista, que é lenta em demasia e possui enormes brechas em suas leis. Agora mesmo, estou sendo uma das vítimas deste vergonhoso processo que, infelizmente, é prática rotineira entre nós.

Eu e vários colegas trabalhamos durante dois anos no jornal “Folha do Ceará”, que era editado por um publicitário cearense, radicado em São Paulo. Fomos demitidos em novembro do ano passado e até hoje não recebemos nossos direitos trabalhistas. No mês de abril, depois de muitas idas e vindas, a empresa fez uma proposta para pagar em 8, 10 e até 12 parcelas, acordo que foi firmado perante juízes do Tribunal Regional do Trabalho (7ª Região), mas até agora o publicitário não depositou nenhuma parcela, mesmo diante da cláusula que estipula uma multa de 100% e ameaça de bloqueio das contas bancárias dele, caso os prazos não fossem cumpridos.

Segundo informações colhidas junto ao TRT, a única saída agora é entrar com um pedido de execução, mas é bom nos prepararmos para uma batalha longa, até porque a empresa é sediada em São Paulo, detalhe que, por si só, já dificulta bastante as notificações ao referido publicitário. Diante do exposto, com tantas facilidades para o descumprimento de decisões judiciais, podemos afirmar com todas as letras que o Brasil é um país sério?

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