terça-feira, 24 de maio de 2011

Brincadeira musical no tempo do Belas Artes

     Hoje, não sei por que cargas d'água, amanheci lembrando do passado, lá pelo início da década de 90, quando cantava no Restaurante Belas Artes, na avenida Bezerra de Menezes. Naquele tempo, eu, Chico Paulo, Veloso, Branco e outros artistas da casa gostávamos de interpretar grandes clássicos da MPB e depois inventar uma resposta. E uma das mais solicitadas era a resposta que criei para a música “Apenas um trago”, do cantor brega José Ribeiro. Vejam, a seguir, como funcionava a brincadeira. Primeiro, muito a contragosto, atendendo a pedidos da plateia, a gente cantava a letra original:
      
     Bom dia, meu amor
     Estou chegando agora
     O dia já raiou
     Passei a noite fora

     Não chore, meu amor
     Não faça isso comigo
     Eu não estou embriagado
     Eu só tomei um trago
     Com o meu melhor amigo
     Sou louco por ti, meu amor
     Disse isso ao amigo no bar
     Um traguinho aqui
     Outro traguinho alí
     Não vi o tempo passar
     Sou louco por ti, meu amor
     Veja, eu não esqueci
     De trazer uma flor
     Como prova do amor
     Que eu sinto por ti

      
     Depois, numa espécie de “vingança”, eu sapecava a resposta:
      
     Bom dia o quê, seu sem-vergonha?
     Isso é hora de tu chegar?
     Passou a noite fora
     Tô cansada de esperar

     Bom dia o quê, seu salafrário?
     Por que faz isso comigo?
     Você está embriagado
     E não venha com esse papo
     Que estava com um amigo
     Se és louco por mim, meu amor
     Por que passa a noite no bar
     Um traguinho aqui
     Outro traguinho ali
     E eu vendo o tempo passar
     Não pensas em mim, meu amor
     Mas eu já decidi:
     Vou pegar tua flor
     E enfiar com ardor
     Num lugar que escolhi

     Tempos bons aqueles!

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