quinta-feira, 5 de maio de 2011
Clarêncio: uma vida dedicada à música
Quem reside na Parquelândia e adjacências há mais de trinta anos, e gosta de música boa, genuinamente nordestina, com certeza conhece ou já ouviu falar no cantor e compositor Clarêncio (foto), que por volta de 1980 fez um tremendo sucesso em várias cidades brasileiras com a música “Paraíso da Montanha Enfeitiçada”. Ele pertence a uma geração de artistas que, naquela época, transformou a Parquelândia em um pólo cultural bastante movimentado, do qual faziam parte Belchior, Alencar, Patrícia Lima, Tarcísio Sardinha, Glaydson Carvalho, Falcão e muitos outros.
Clarêncio Menezes de Oliveira nasceu no dia 28 de junho de 1960, num lugar chamado Priquiteira (Trairi), e começou a morar na Parquelândia com apenas um ano de idade. A inclinação musical surgiu logo na infância, tanto que aos seis anos sua genitora o colocou para estudar piano no Sesc. A primeira aparição em público aconteceu um ano depois, no próprio Sesc, cantando músicas da Jovem Guarda, o que o levou a ser um dos principais expoentes da turma de talentos musicais revelados pelo Colégio Cearense na década de 70.
Aos doze anos, Clarêncio aprendeu a tocar violão e enveredou de vez pelo popular, passando a fazer suas primeiras composições e tomando gosto pelas participações em festivais, nos quais foi escolhido várias vezes como o melhor intérprete. Seu negócio era cantar, vestir qualquer canção com seu vozeirão que o público ainda hoje costuma achar parecido com o estilo do saudoso Tim Maia. E foi exatamente por causa dessa performance que ele foi contratado pela gravadora RCA Victor para gravar um compacto (vinil) com as músicas “Paraíso da Montanha Enfeitiçada” e “O Jeito é Ter Que Mudar”, graças a uma indicação dos amigos Raimundo Fagner e Petrúcio Maia.
O disco, segundo consta, vendeu como água, mas Clarêncio garante que nunca viu a cor do dinheiro. Por isso, meio “desencantado da vida”, passou vários anos sem compor, limitando-se a cantar em bares, restaurantes e churrascarias de Fortaleza e cidades vizinhas. Mesmo assim, chegou a concorrer em uma das edições do festival “Canta Nordeste”, da Rede Globo; fez uma participação especial na música “Solidão de Poeta”, incluída no primeiro LP do cantor Juracy Mendonça, intitulado “Festa de Arromba Cearense”; e deixou sua voz rasgante registrada num disco do cantor Papete. Anos mais tarde, retomou a fase de compositor, em parceria com os letristas Sales e J. César, apostando no pop como um meio termo entre o rock pesado e a MPB de letras mais radicais.
Hoje, depois de virar cinquentão, e com mais de 50 músicas inéditas, Clarêncio está preparando o repertório para lançar um CD voltado para a cultura nordestina, as belezas do Ceará, com suas paisagens e pontos históricos, os direitos da mulher e outros temas que considera importantes para serem cantados e divulgados. Ao mesmo tempo, pensa em fazer um clip com várias músicas já gravadas, sozinho ou em duetos com outros artistas locais, e colocar no Youtube. Ele diz que continua fazendo música por puro prazer, mesmo sabendo que o grande público não toma conhecimento do seu trabalho, pois jamais aceitou se enquadrar nos modismos impostos pela mídia. Enquanto isso, leva a vida cantando e tocando violão e teclados em eventos particulares e dando dando aulas de canto e instrumentalização. Seus telefones de contato são (85) 8684.7922 e 8702.4099.
(Matéria transcrita do JPA Nº 136, de maio/2011)
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Um comentário:
Exelente artigo para um grande CANTOR E COMPOSITOR
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