Trabalhador da construção civil é, geralmente, um bicho presepeiro, que não perde uma oportunidade para “fazer hora” com os outros. Zé da Diva sentiu isso na pele anos atrás, quando resolveu ganhar a vida como sapateiro ambulante.
Ele andava pelas ruas da Aldeota, com uma caixa de ferramentas na mão, e divulgava seus serviços gritando:
- Sapateirôôô!
Os pedreiros e serventes que estavam num edifício em construção, ao ouvirem o bordão, responderam, em côro:
- Cornôôô!
Zé ficou fulo da vida. Tirou uma faca da caixa de ferramentas e ficou esbravejando em frente ao prédio, desafiando qualquer um que tivesse coragem de chamá-lo de corno na sua frente. Os peões, escondidos nos apartamentos, só faltavam morrer de rir, com as caras mais cínicas do mundo.
O sapateiro passou um bom tempo no local, querendo briga, dizendo que ali só tinha “moleques”, “covardes”. Mas, como não apareceu ninguém, resolveu prosseguir na caminhada. Quando chegou no quarteirão adiante, recomeçou a gritar:
- Sapateirôôô!
Imediatamente, os pedreiros e serventes colocaram as cabeças para fora dos apartamentos e, em côro, rebateram:
- Cornôôô!
2 comentários:
Zé da Diva, pra que se aborrecer ? mais cornôôô eram eles kkkkkkkkkk, chifre só dói quando está nasscendo.
gostei , me fez recordar a Revista Varal, e nosso saudoso Vecencio. obrigada mais uma vez.
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