quinta-feira, 27 de junho de 2013

Editorial do JPA de julho

     A situação da violência urbana no Parque Araxá, Parquelândia, Rodolfo Teófilo e adjacências já está passando do limite tolerável. Até parece que os marginais escolheram essa região de Fortaleza como seu novo “local de trabalho”. Falamos assim porque nos últimos meses, infelizmente, quase todos os dias tomamos conhecimento de assaltos e pequenos furtos nestes bairros, numa sequência de crimes que aterroriza e traz prejuízos materiais e emocionais para quem tem a infelicidade de ser vitimado.
     Sabemos que a violência é desenfreada e generalizada, que está em todo canto, mas o que nos chama mais a atenção é o fato de que há até bem pouco tempo as referidas comunidades eram apontadas como das mais calmas da capital cearense, tanto que muitos moradores ainda cultivavam o saudável hábito de colocar cadeiras nas calçadas de suas residências, nos finais de tarde e início de noites, para ficar conversando com familiares e amigos.
     Agora, somos forçados a ficar trancafiados em casas e apartamentos, enquanto a bandidagem toma conta dos espaços públicos, praticando toda sorte de ilicitudes, sem que se tenha um aparelhamento policial capaz de enfrentá-la. Hoje, na verdade, a maioria da população nem procura mais a polícia quando é vítima de algum assalto, pois sabe que não vai dar em nada. A única resignação é comparecer a uma delegacia para registrar o famigerado boletim de ocorrências, como forma de evitar mais dissabores no uso de seus documentos pessoais.
     Diante do exposto, devemos aproveitar essa onda de manifestações que estão ocorrendo no país inteiro para também sairmos às ruas e exigir mais segurança pública para Fortaleza, principalmente para a região onde moramos, estudamos e/ou trabalhamos. O governador do Estado, Cid Gomes, e o prefeito Roberto Cláudio precisam receber uma pressão mais forte para cumprir as promessas feitas durante as campanhas eleitorais. Cadê o Ronda do Quarteirão? Por qual motivo esse projeto já completou cinco anos de existência e os casos de criminalidade fizeram foi aumentar nos locais onde ele foi implantado?
     Alguma coisa tem que ser feita para que possamos voltar àqueles tempos em que podíamos andar tranquilamente a pé pelas praças, avenidas e ruas destes bairros, a qualquer hora do dia ou da noite, pois nosso único medo era encontrar uma viatura da polícia ou o juizado de menores para nos aconselhar gentilmente a irmos para casa.
     Isso é sonhar demais?

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