sexta-feira, 28 de junho de 2013

Feira livre resiste ao tempo no Rodolfo Teófilo

                           
      Muitos moradores de Fortaleza ainda mantêm o antigo costume de fazer compras em feiras livres - aglomerados de barracas que semanalmente ocupam espaços da cidade para oferecer ao público uma grande variedade em cereais, carnes, peixes, frutas, verduras, remédios caseiros, confecções, bijuterias e outros artigos, a preços mais acessíveis, pois os comerciantes e prestadores de serviços ficam isentos do pagamento de impostos municipais.
     No Rodolfo Teófilo a feira livre resiste ao tempo nas manhãs das terças-feiras, no quarteirão da rua Frei Marcelino entre Gustavo Braga e Tavares Iracema. Ali, além da busca por produtos fresquinhos, com possibilidades de pechinchar nos preços, ainda é possível se descontrair com as brincadeiras dos feirantes, que de tão antigos no local já conhecem quase todos os clientes.
     “Aqui é um verdadeiro shopping a céu aberto, onde temos liberdade para andar de barraca em barraca até encontrar o que estamos procurando. Gosto da feira por causa do estado de conservação das mercadorias, dos preços e das tiradas humorísticas dos vendedores, que às vezes só faltam matar a gente de rir com seus causos e gritos para chamar a atenção do povo para as suas barracas”, contou a aposentada Neuma Alves, que reside no bairro e revelou-se frequentadora antiga e assídua do local. “Passo a semana inteira esperando pela terça-feira para vir aqui fazer compras. A feira já foi mais movimentada. Agora, com essa modernidade dos shoppings e supermercados, a frequência caiu muito. Mas eu ainda prefiro comprar frutas e verduras aqui”, afirma uma freguesa que pediu para omitirmos sua identidade. “Num coloque meu nome no jornal não, senão eles vão ficar frescando comigo”, confidenciou à equipe do JPA, sorrindo e com várias sacolas nas mãos.
     As feiras livres são administradas pela Prefeitura de Fortaleza, através das Secretarias Executivas Regionais. Atualmente existem mais de 50 delas, espalhadas por diversos bairros da cidade. Todos os dias da semana os feirantes armam e desarmam suas barracas num local diferente e começam a trabalhar bem cedinho, encerrando o expediente por volta das 11 horas. Numa conversa rápida com alguns vendedores, constatamos que o trabalho é pesado, mas eles gostam da profissão, principalmente por causa da empatia, uma certa cumplicidade e amizade com boa parte dos frequentadores. “Esse é o nosso ganha-pão diário. Tem muita gente aqui que sustenta as famílias e já formou seus filhos trabalhando na feira livre” gritou um feirante, misturando seriedade e gaiatice no tom de voz.
           (Matéria de capa da próxima edição do JPA)

Nenhum comentário: