segunda-feira, 3 de junho de 2013

Editorial do JPA deste mês

     Entristece-nos perceber que a sociedade brasileira como um todo está ficando cada vez mais cruel, mais embrutecida, menos fraterna, menos solidária. E é curioso constatar que uma das culpadas por esse quadro estarrecedor, por incrível que pareça, é a extraordinária revolução tecnológica que vivenciamos nas últimas duas décadas, representada por carros, eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos ultra modernos (computadores, celulares, câmeras digitais etc.), que permitem que a maioria das nossas atividades sejam realizadas apenas através de teclas, relegando a segundo plano o contato, o calor humano com nossos familiares, vizinhos, amigos e colegas de trabalho.
     Sabemos perfeitamente, claro, que seres humanos perversos, frios e calculistas, existem desde os primórdios do universo. Mas a velocidade do mundo atual, marcado também pela violência urbana e outros sérios problemas estruturais, está levando as pessoas a serem cada vez mais individualistas, egoístas, como se estivéssemos numa selva onde cada um de nós é obrigado a viver na base do “salve-se quem puder”.
     É por conta disso que hoje estamos ficando até sem jeito para elogiar as virtudes de pessoas com quem convivemos diariamente em casa, na escola, no trabalho etc. Até conseguimos enxergar as qualidades negativas e positivas delas, mas temos mais facilidade para apontar e propagar apenas os defeitos. Já imaginaram como seria o mundo se todos nós chegássemos perto de um irmão, um vizinho ou colega de trabalho e ressaltássemos as qualidades dele, mostrando admiração pelo que ele tem de bom. Com certeza, ele iria se sentir estimulado para externar mais as suas qualidades do que os seus defeitos.
     Não... Pelo amor de Deus! Ninguém aqui é contra o progresso. Coisas novas, e boas, serão sempre bem vindas. Porém, o ideal é que possamos desfrutar de toda essa parafernália tecnológica sem perder a ternura que marcava a relação entre as pessoas até bem pouco tempo atrás. A sociedade está crua, digamos assim, mas cada um de nós pode fazer com que, pelo menos ao nosso redor, o mundo fique mais gostoso de ser habitado. Basta elogiar mais do que criticar.
             (Transcrito do portal www.jornalparquearaxa.com)

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