Carnaval: uma verdadeira carnificina

Amanheci nesta quinta-feira simplesmente impressionado com os números da violência durante o Carnaval. Segundo os dados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, somente no Ceará, nos quatro dias de folia, foram registradas 87 mortes, entre homicídios, afogamentos, acidentes de trânsito, quedas etc. Enquanto isso, no mesmo período, no IJF - Instituto Dr. José Frota, 1.410 pessoas tiveram que ser atendidas, a maioria vitimada por atropelamentos, colisões, agressões físicas, armas de fogo e armas brancas. E quase todos os casos estavam relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas em excesso.

Tudo isso, com certeza, é fruto da irresponsabilidade e falta de educação de boa parte do povo brasileiro, que, ao longo dos últimos anos, transformou o Carnaval numa verdadeira carnificina. É triste a gente constatar, mas a verdade é que determinados foliôes caem na festa pensando que o mundo vai acabar durante o “reinado de Momo”. E, como não dão o menor valor às suas próprias vidas, saem pelo mundo afora, colocando em risco também a integridade de quem tiver a desgraça de aparecer a sua frente.

Os órgãos públicos até que se esforçam para combater essa violência desenfreada. Eles gastam milhões e milhões de reais em gigantescas campanhas de prevenção e esclarecimentos, mas não conseguem obter êxito, pois, para isso, teriam que contar com o bom senso da coletividade como um todo, o que é comprovadamente difícil de ser alcançado em um país subdesenvolvido como o Brasil. No frigir dos ovos, certos estão aqueles que procuram ficar bem afastados de tanta idiotice. Afinal de contas, a vida continua após a quarta-feira de cinzas...